Escolhendo um estilo de vida
- Flavia Luiza Colombo

- 23 de jun.
- 5 min de leitura
Bom, deixa eu contar um pouco de como foram esses quase12 meses que passamos na Austrália...
Pois bem, dessa vez não eram férias e realmente deixei tudo aqui no Brasil , pois o plano inicial era morar do outro lado do mundo em definitivo. Mas aí nos deparamos com uma outra realidade.
O dinheiro que juntamos deu para bancar os primeiros 2 meses, pois contávamos em arrumar trabalho rápido para nos sustentar e isso não saiu como planejado.
Em resumo, todo dinheiro que ganhávamos com “bicos” como faxineiros, babás, instalador de pisos, caixa de supermercado, enfim, qq coisa que rolasse, era para nos alimentarmos e pagarmos o aluguel. E, claro, a alimentação foi a mais afetada. E sabe por que? Não tinha a menor pretensão de cozinhar (preguiça mesmo) e aí o foco foram alimentos que "satisfazem rápido com baixo custo). Nossas refeições eram baseadas em pão de forma, leite, café solúvel, queijo cheddar, margarina, salgadinhos, bolachas recheadas, miojo (muito miojo) refrigerantes , fast food e vinho (sim, daqueles bemmmm vagab....baratos kkkk).
Junto a isso, voltei a fumar quase que diariamente (levei cigarro do Brasil para vender, mas acabei fumando kkk), ou seja, regredi alguns passos e, de saudável, só algumas caminhadas mesmo (pois dessa vez, a escola era bem perto de onde morávamos). E, como não renovamos o visto e tbm nem tínhamos condições financeiras de ficar, em 11 meses voltamos ao Brasil, e comigo, 6 quilinhos a mais kkk.
Agora sim, de volta ao Brasil, claro que uma das primeiras coisas que fiz foi comer comidinha de mãe e de vó (muito mais saudável e deliciosa); entretanto, após 15 dias da minha chegada, comecei a me sentir mal, ter desmaios, vômitos, diarréia e isso durou 40 dias. Nesse período, fui em vários médicos, fiz inúmeros exames, mas não diagnosticaram nada (graças a Deus). E nesse processo, emagreci 5 Kg, mas por um motivo bem ruim. E aqui foi a deixa para minhas próximas escolhas...
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Mais uma lição aprendida foi a de como a alimentação e nosso estilo de vida realmente influencia a nossa saúde (mental, espiritual e física). Então, fiz as seguintes escolhas:
parar de fumar (e aqui de verdade, sem aquela de fumar de vez em qdo);
ter uma rotina de exercícios
comer alimentos mais saudáveis (começando reduzir o álcool e não comer mais fast food)
Isso aconteceu em 2010, e nunca mais fumei e tbm nunca mais comi um fast food (o mais perto que chego é o Madero bem de vez em qdo kkkk); e antes que vc diga " ah coitada" kkk, NÃO, eu não sinto falta kkkk; e só um adendo: o lance do fast food foi porque comi tanto lá fora que, no meu penúltimo dia, tinha bebido e estava com muita fome. Aí, claro, ataquei um lanche similar ao Big Mac duplo (acho q é isso neh...aquele com 2 hamburgueres kkk) e passei muito mal de dor de estômago. Então, escolhi começar minha mudança alimentar tirando isso do meu dia a dia.
Massss, como toda mudança (principalmente de hábitos de vida) é gradativa, o exercício foi mais difícil. Ficava só nas caminhadas e, depois de 6 meses da minha volta, voltei ao mercado de trabalho e aí fazia uns 40 mins de academia algumas poucas vezes na semana. Hoje vejo que praticamente não fazia kkkk.
De repente, após 6 meses dessa rotina, tudo mudou!!! MENTIRA kkkkk....Estava mais disposta sim, mais centrada, mas ainda não curtia meu corpo e não estava 100% com a saúde. E me sabotava muito na alimentação...aqui entra toda aquela coisa de alimentos integrais e diet que dizem ser saudáveis, mas acreditem, não são e só nos fazem gastar mais. Mas consegui ainda me manter ativa (devagar) durante uns 4 anos, mas sem muita mudança física...sim pessoal, não é fácil e nem rápido).
E aqui aprendi mais uma lição: temos hábitos durante 30, 40, 50 anos e queremos que nosso corpo e nossa mente mude em 360 dias..meio surreal neh?! Mas somos assim kkkk
Enfim, ainda não estava da forma que eu gostaria, me sentia muito cansada e estava com uma rotina de trabalho muito forte . A logística tbm não ajudava: pegava fretado, acordava as 4hrs e tentava ir a academia as 20hrs, qdo chegava do fretado, mas mais faltava do que ia, confesso. E isso começou a me trazer uma leve depressão (levinha mesmo); mas ficava triste , chorava à toa e não tinha ânimo para trabalhar e para fazer nada.
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Foi aí que meu já marido, me vendo nessa situação, me chamou para fazermos uma aula experimental de crossfit. Claro que o chamei de louco e não fui. Mas ele insistiu e acabamos indo. Isso foi em Junho de 2015 e aí, muito resumidamente, me apaixonei. A logística já não era problema e eu treinava das 20hrs as 21hrs 4x na semana e de final de semana (mais uma lição: quando nos priorizamos, nada nos segura. Conseguimos encaixar qq atividade na rotina). Isso me deu um up que nem sei como explicar (aliás, tem explicação científica sim, mas nem vou me atrever aqui kkkk). E uma coisa foi puxando a outra: após 3 meses de CF, fui a uma nutri especializada em alimentação para esta prática e , gradativamente, comecei realmente a mudar meus hábitos alimentares, mas agora não com alimentos integrais ou diet, mas para comida de verdade (arroz, feijão, tubérculos de todos os tipos, carne, ovo, frutas, etc)
Nesse processo, reduzi ainda mais o álcool (mas bebo ainda tá pessoal kkk) e essas mudanças se tornaram o meu ESTILO DE VIDA que chamo de SAUDÁVEL, pois me traz SAÚDE, mental e física e , por que não, a espiritual também, pois quando me sinto bem com comigo, a relação com o invisível (de qq crença) se fortalece (pelo menos para mim).
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E foi assim que me "tornei" uma pessoa saudável (depois dos meus 33 anos kkk), sem exageros, mas conseguindo extrair o máximo do que a alimentação e uma rotina sustentável poderiam me proporcionar.
E tenho altos e baixos, dias que como mais, outros menos (mais difícil esse hein kkk), épocas que treinei com intensidade, outras que treinei só para me manter forte mentalmente, outras que nem treinei (essa foi pior, mas conto em outro post) e aí os resultados vierem de forma consistente. Hj vou ao médico uma vez ao ano só para checkups e parei de brigar com a balança pois aprendi como meu organismo funciona.
Então, a maior lição para mim foi: não existem milagres, existe escolha, foco, resiliência, persistência, flexibilidade, constância, disciplina, rotina e paciência, sim, paciência em confiar no processo, qualquer um que seja.


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